domingo, 18 de julho de 2010

Recomendações para manter a saúde financeira da empresa

Consolidar o caixa - A regra básica da boa gestão financeira é a chamada consolidação do caixa que significa a capacidade de pagar todas as contas sem recorrer a empréstimos. “Ter um caixa consolidado é sinal mais claro da boa saúde financeira do que ter lucro”. “O que quebra uma empresa não é ter prejuízo, é não ter caixa, pois uma empresa pode ter lucro em suas vendas, mas não ter dinheiro em caixa no momento em que precisa pagar suas contas”. Explicando: o lucro acontece ao se conseguir vender um produto por valor mais alto do que o custo de produção ou aquisição. Porém é necessário pensar no ciclo financeiro do produto (que vai do pagamento aos fornecedores e funcionários, o tempo de girar o estoque e finalmente receber do cliente) para avaliar a necessidade de caixa da empresa.

Nivelar corretamente as reservas - Manter um excesso de reservas para pagar contas e arcar com imprevistos também não é saudável, porque significa deixar dinheiro parado. Para saber o nível ideal é preciso analisar o grau de incertezas com o qual a empresa convive. “Um negócio sazonal precisa de um nível de caixa mais volumoso para momentos de baixa.

Não misturar finanças pessoais com as da empresa - “O empreendedor deve definir um pró-labore mínimo necessário para sua manutenção familiar e manter esta retirada de maneira fixa por pelo menos doze meses, após os quais ele poderá fazer uma nova análise e decidir se é possível aumentar este valor”. O ideal é que, havendo sobra financeira, ela seja sempre reinvestida na própria empresa ou mantida como reserva estratégica para momentos críticos. A definição do pró-labore deve ser criteriosa e conservadora, evitando-se cair no erro do excesso de otimismo ou mesmo à tentação de maior retirada em meses excepcionalmente muito bons. Nesta questão vale o lembrar de que a mesma atitude deve ser mantida pelos demais sócios e a família. “O compromisso de manter as retiradas conforme o planejado deve ser assumido por todos. Este é um ponto crucial. Muitas separações societárias acontecem por desentendimentos nesta área”.

Cortar custos - É preciso foco, o controle efetivo é que irá mostrar onde estão os principais ofensores. Não adianta atuar nos pequenos problemas e esquecer dos grandes. Devem ser criadas grandes áreas, como Despesa com Pessoal, desmembradas item a item: salário, 13º, férias, plano de saúde etc. Desta forma, ficará bastante visível qual o impacto de cada um e para qual deles vale a pena priorizar a busca pela redução.

A política de concessão de crédito - Deve ser muito bem estudada. Não adianta só vender, é necessário receber. É preciso analisar a real capacidade da empresa em conceder parcelamento, perceber se isso vai representar falta de dinheiro que precisará ser coberta por empréstimo.

Avaliar bem o momento de investimento - Deve-se consolidar o caixa primeiro, antes de começar a investir em imobilizado. Ou seja, é preciso garantir uma receita que cubra o que será pago pelo investimento a ser feito para não provocar a necessidade de recorrer a empréstimo emergencial.

Escolher o crédito certo - Com a certeza de caixa consolidado (e sempre, claro, avaliando se o investimento a ser feito faz sentido dentro do planejamento estratégico), a próxima dica é procurar a linha de financiamento adequada. Se o empréstimo de curto prazo é perigoso, o de longo pode ser altamente desejável. Existem linhas com custos muito mais baixos do que o de se financiar com capital próprio. Por isso, mesmo quando se tem todo o recurso disponível de imediato, deve-se pesquisar a oferta de crédito de longo prazo existente e financiar o máximo que for possível. Desta forma, o capital próprio pode ser usado em aplicações mais rentáveis e também como porto seguro para imprevistos ou turbulências.

Controlar a receita - Se é difícil controlar e cortar custos, um desafio ainda maior para a gestão financeira da empresa que é o de controlar e garantir receitas. Não se pode segurar o cliente pelo colarinho e obrigar a comprar de sua empresa. Por isso é preciso assegurar a sobrevivência do negócio no pior cenário, sempre visando a expansão do mercado, a criação de diferenciais, a busca por novos nichos.

Aprender mais sobre o tema - Por mais que o perfil geral do empreendedor seja o do sujeito que gosta de estar perto da linha de frente do negócio e longe dos complicados números e cálculos, não há como escapar. Por mais que se conte com ajuda profissional de contadores, advogados e administradores de confiança, é preciso saber os conceitos contábeis básicos e entender como se dá a gestão e o planejamento financeiro estratégico. Ele tem de se capacitar, seja com cursos, seja contratando um consultor que irá ajudá-lo de forma temporária. Ele pode até delegar funções, mas tem de ter conhecimento para conferir e acompanhar o que está sendo feito. Tem de ter o olho do dono, pois, por mais que haja ajuda externa, a palavra final tem de ser a dele.

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